6 de fev. de 2014

Com repertório vasto, Lucas Mugni agrada e é ovacionado em estreia

Lucas Mugni Flamengo x Boavista (Foto: Alexandre Vidal / Flaimagem)Lucas Mugni em ação contra o Boavista
(Foto: Alexandre Vidal / Flaimagem)
Estreou e mostrou a que veio. Mesmo desconhecido da imensa maioria, Lucas Mugni chegou ao Flamengo cercado de grande expectativa. Não somente pelo fato de ser estrangeiro, o argentino foi contratado com um investimento de cerca de R$ 3 milhões e justamente para uma função onde o Rubro-Negro está carente: a de meia-armador. Na primeira partida, diante do Boavista, o jovem de 22 anos apresentou atributos que podem fazer com que mereça, sim, envergar a lendária camisa 10 da Gávea.
 
Apesar do forte calor de Moça Bonita, Mugni foi um dos destaques da goleada por 5 a 2, pela sexta rodada do Carioca. Muito participativo, movimentou-se bastante de um lado para o outro da intermediária ofensiva, sempre gesticulando para os pés, pedindo bola. Soube também se aproximar de Alecsandro na entrada da área, e deixou o gramado de Moça Bonita com uma assistência na conta e muitos aplausos do torcedor ao som de "Lucas! Lucas! Lucas!".
 
Inquieto, argentino se movimenta muito e arrisca passes
 
Ainda no aquecimento, Lucas dava a impressão de que o forte calor de Bangu o incomodava. Ao entrar em campo, tinha o short bem dobrado, quase como uma sunga, enquanto se exercitava sob o comando do preparador Joélton Urtiga. Puro engano. O argentino suportou bem a temperatura "caliente" e não demonstrou sinais de cansaço nos 85 minutos em que esteve em campo.
 
Já uniformizado, foi para o jogo com a camisa 10, que foi de Zico, conforme tinha revelado ser seu desejo. Enquanto o restante dos companheiros trocava passes, Lucas brincava com a bola sozinho, fazendo embaixadinhas à espera do apito inicial. O primeiro toque para a partida, por sinal, foi dele.
 
Nas primeiras ações, apreensão. Ao errar dois passes, para Léo e Alecsandro, a torcida nas sociais do Bangu já reagiu:
 
- Pô, argentino, assim não dá! - gritou um rubro-negro menos paciente. 
 
Não demorou muito, porém, para o mesmo torcedor se surpreender com o meia. Pedindo muito a bola, Mugni circulava na intermediária ofensiva do Flamengo e demonstrou de cara não ser muito de passes simples, só quando necessário. Após pequenas tabelas curtas, sempre arriscava um lançamento mais complicado para deixar o companheiro em boa condição. E foi assim que arrancou um "Que bolão!" do mesmo flamenguista que o criticara ao acionar Alecsandro para cabeçada na área. 
Mais solto, chegou a voltar ao grande círculo para pedir a bola diretamente dos zagueiros. Seu espaço preferido no campo, por sua vez, foi na intermediária pelo lado direito, quase centralizado. Por ali, fez boas tabelas com Negueba e tentou algumas assistências. Com o próprio Negueba muito aberto pela direita e Gabriel pela esquerda, Mugni se aproximava de Alecsandro na área. Um detalhe que chamou a atenção foi a preocupação do argentino com a linha de impedimento, para receber a bola em condição de finalizar. Foi dessa maneira que recebeu bom passe, mas foi interceptado ao tentar corte para perna boa, a esquerda.
 
Assistência, ajuda na defesa e 'malas prontas' para Cadu
 
Ainda no primeiro tempo, Mugni fez o que se espera de um meia-armador: deu assistência. A jogada, no entanto, não foi centralizada ou com nenhum passe mágico. Depois de cobrança de escanteio, o jovem contou com vacilo da zaga rival para encontrar Gabriel livre, no segundo pau, para empatar o jogo em 2 a 2.
 
Também em um tiro de canto, a dupla voltou a funcionar no segundo tempo. Foi depois de um escanteio longo de Mugni que Gabriel dominou e recebeu o pênalti que decretou a virada, com Alecsandro. E o jogo transcorria sem que o argentino demonstrasse sinais de cansaço, apesar de ter rápidos sumiços, sem tocar muito na bola.
 
Mesmo com corpo franzino, Lucas também demonstrou qualidade na proteção a bola. Se em algumas vezes desperdiça oportunidades por passes mais arriscados, dificilmente é desarmado ou não dá prosseguimento a uma jogada. De boa estatura, ajudou também na defesa e ficou no primeiro pau na maioria dos lances de bola parada contra o Flamengo.
 
Em determinado momento do jogo, já com a goleada formada, um outro torcedor da social se rendeu ao argentino e profetizou:
 
- Carlos Eduardo, pode arrumar as malas. Acabou!
 
Com a entrada de Rodolfo, nos minutos finais, Lucas ainda teve tempo de mostrar versatilidade, e foi deslocado por Jayme do centro para o lado esquerdo do campo. Por ali, fez boas tabelas e chegou bem para chute colocado da meia-lua, defendido por Getúlio Vargas.
 
Aos 39 do segundo tempo, Jayme de Almeida já tinha visto o bastante, e resolveu dar descanso ao gringo. Mattheus foi para campo, mas não sem antes ouvir Mugni ser ovacionado com gritos de "Lucas!". Sábado tem Fla-Flu, a tendência é que o Rubro-Negro entre em campo com o que tem de melhor, mas o meia já demonstrou de cara que não está na Gávea somente para compor o elenco. Pelo menos, essa foi a primeira impressão. A que ficou

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