13 de dez. de 2013

Ronaldo Fenômeno fala em ser 'político do futebol' e defende Copa

Ronaldo sorteio Copa do Mundo (Foto: Jefferson Bernardes / VIPCOMM)Ronaldo no sorteio da Copa do Mundo, na Costa do Sauípe (Foto: Jefferson Bernardes / VIPCOMM)
A experiência como membro do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo parece ter ajudadoRonaldo Fenômeno a decidir o que fazer nos próximos anos. Em entrevista ao jornal espanhol “El País”, o ex-jogador se mostrou empolgado com a função e revelou o desejo de se tornar um “político do futebol”. 
- Eu amo o futebol e vejo que este setor  está um pouco maltratado. Meu sonho é, tomara, mudar um pouco as coisas. Só posso fazer isso se for um político do futebol. Agora mesmo sou dirigente da organização do Mundial e estou gostando muito do que estou fazendo. Organizar um Mundial, para mim, está sendo como marcar um gol na final da Copa. É tudo muito complicado, uma organização complexa – disse o craque. 
Para ter sucesso no novo objetivo, Ronaldo confia na imagem que construiu junto ao povo brasileiro quando ainda jogava profissionalmente. Para ele, o fato de ser um ídolo para muitas pessoas dá mais força para brigar por mudanças. 
- O esporte pode mudar um pouco o mundo, tenho certeza disso. As pessoas acreditam, confiam e admiram os esportistas. Ajudam os esportistas, param tudo para olhar para seu ídolo. Nós somos os que passam bons exemplos para a população. O mundo do esporte tem que entender que a força que tem é muito maior da que acha que tem. 
INVESTIMENTOS DA COPA

Em relação ao Mundial, Ronaldo saiu em defesa da forma como a competição está sendo organizada, principalmente em relação aos investimentos feitos nas cidades que sediarão os jogos da Copa. Por outro lado, demonstrou apoio às manifestações ocorridas em junho, durante a Copa das Confederações.
- No Brasil, vivemos um momento muito especial, onde as pessoas estão fartas de um monte de coisas. As pessoas estão cansadas da escassez, da educação, da saúde, da segurança. Cansadas de tudo. As pessoas que foram às ruas pouco antes da Copa das Confederações estavam se queixando de tudo. Isso vai diretamente para os políticos. 
Em relação às obras, o Fenômeno pediu paciência à população. 
- Foram feitos muitos investimentos no país por causa do Mundial. Investimentos que ficam para o povo. As pessoas tem que entender que é um erro misturar a Copa com as manifestações. Não é apenas investimento nos estádios, que obviamente precisava acontecer, mas foi feito muito mais. Ruas, hotéis, aeroportos novos... Infraestruturas todas novas. Talvez não esteja tudo pronto para a Copa, mas já é um feito incrível. 
Nadal e Ronaldo, pôquer (Foto: Reprodução / Twitter)Ronaldo posa com Rafael Nadal durante torneio de pôquer do qual participaram (Foto: Reprodução / Twitter)

BRASIL E ESPANHA FAVORITOS

Além de política, Ronaldo falou também sobre o futebol que será jogado na Copa. Para ele, Brasil e Espanha são as favoritas para levar o título. 
- Brasil e Espanha são duas equipes incríveis. Tudo depende de como os jogadores vão chegar ao fim da temporada. Não vejo muitos defeitos nelas. O Brasil, por jogar em casa, com a torcida, tem uma pequena vantagem. Os espanhóis terão tempo para chegar bem. Veremos um nível muito alto de futebol. 
MESSI X CRISTIANO RONALDO

Sobre a eterna disputa entre Messi e Cristiano Ronaldo pela Bola de Ouro, Ronaldo ficou em cima do muro, mas deixou escapar certa admiração pelo craque argentino. 
- Eles são dois fenômenos. Duas pessoas especiais, cada um à sua maneira. Têm quase tudo muito parecido, são muito completos. Messi se sai melhor numa técnica que, para mim, é a mais difícil: conduz a bola tão perto dos pés e a uma velocidade tão alta... Pouquíssimos conseguem. Consegui isso algumas vezes, mas não sempre. Messi faz sempre. 
CASO DIEGO COSTA

Por fim, o ex-atacante comentou a escolha de Diego Costa em defender a Espanha. Ronaldo ressaltou que nunca pensaria em jogar por outra seleção que não fosse o Brasil, mas disse respeitar a opção do atleta do Atlético de Madri. 
- Eu sempre tive muito claro que queria jogar com a seleção do meu país. Estou certo de que Diego cresceu com isso também, mas, sem ter ganhado oportunidade alguma de jogar, mudou de ideia. Isso é futebol, um esporte que te dá a oportunidade de escolher outra nacionalidade para jogar. Eu até tive que jogar algumas vezes contra a equipe do meu coração, o Flamengo. Tem que fazer. Mas eu não teria mudado de país. Teria tentando até o fim jogar com o Brasil

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