19 de out. de 2013

Vasco: Bate-boca entre Dinamite e torcida, jogadores acuados e sinceridade a portas fechadas: os bastidores da crise

Torcedores invadem o departamento de futebol vascaíno em São Januário
Torcedores invadem o departamento de futebol vascaíno em São Januário Foto: Bruno Gonzalez / Agência O Globo
Bruno Marinho
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Jogadores, comissão técnica e diretoria reunidos no vestiário de São Januário na tarde de sexta-feira. Até mesmo o presidente Roberto Dinamite, muitas vezes ausente da rotina do departamento de futebol, marcou presença, assim como o vice-presidente de futebol Ercolino de Luca e o diretor de futebol Ricardo Gomes. O assunto era o risco cada vez maior de o Vasco ser rebaixado para a Segunda Divisão. Foi quando cerca de 30 torcedores invadiram o lugar e aumentaram ainda mais o clima tenso na Colina.
O presidente tomou a frente, por parte do clube, e tirou satisfações com o grupo de invasores. A discussão foi ríspida. Atrás de Dinamite, os jogadores mais jovens se esconderam, temendo o confronto físico. Juninho, o mais experiente, não recuou e assistiu ao bate-boca do presidente com membros da principal torcida organizada. Detalhe: a facção tem 75% do preço dos ingressos subsidiado pela diretoria.
Foi após o episódio amedrontador, com 45 minutos de atraso em relação ao programado, que os jogadores retomaram os trabalhos, no dia seguinte à derrota para o Goiás, que aumentou o risco de queda para 57%. Os maiores alvos da torcida foram o atacante André, o zagueiro Rafael Vaz e os apoiadores Bernardo e Marlone. O quarteto foi acusado de estar pouco comprometido com o momento delicado do time, sendo constantemente visto em noitadas.
Outro muito hostilizado foi o lateral-direito Fagner. O jogador, segundo os torcedores que protestavam, estaria já negociado com o Flamengo para a próxima temporada, o que estaria afetando seu rendimento.
Ricardo e Dorival admitem limitação da equipe
Um dos principais responsáveis pelo controle do ânimo dos torcedores dentro do vestiário vascaíno foi o diretor de futebol Ricardo Gomes. Ele convidou seis representantes da torcida para uma reunião em sua sala, depois do treino, na presença do técnico Dorival Júnior.
Na conversa a portas fechadas, diretor e treinador pediram o apoio dos torcedores para que o Vasco consiga escapar da zona de rebaixamento nas últimas nove rodadas do Brasileiro. Os representantes da torcida se comprometeram a apoiar a equipe nesta reta final, mas exigiram mais vontade e raça por parte dos jogadores.
O ponto alto da conversa, porém, foi o reconhecimento, por parte de Ricardo Gomes e Dorival Júnior, da limitação do grupo vascaíno. Os dois explicaram para os torcedores que o planejamento do ano foi mal feito e que isso estaria atrapalhando o desempenho em campo.
Houve momentos de grande sinceridade, em que o técnico Dorival Júnior admitiu que a equipe vascaína é tecnicamente limitada para a disputa da Primeira Divisão. O problema da equipe, porém, não seria apenas esse.
- O time é imaturo, com jogadores que não têm condição psicológica de atuar pelo Vasco - teria dito o treinador aos torcedores, ressaltando a fragilidade emocional que tem sido constantemente criticada pelo apoiador Juninho Pernambucano depois dos jogos.
Ricardo Gomes e Dorival Júnior trataram de lembrar os torcedores que por enquanto o Vasco depende apenas dele para prosseguir na Série A. A equipe, segundo os matemáticos, precisa de cinco vitórias nas próximas nove rodadas para não ser rebaixada.
Os dois destacaram ainda que se o momento do clube é ruim este ano, será ainda pior em caso de queda para a Segundona. A expectativa em São Januário é que o time possa seguir na elite do futebol brasileiro para que, em 2014, um planejamento mais eficiente possa ser feito visando resultados melhores do que os deste ano.


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