19 de out. de 2013

Luxa acha empate bom e nega invenção: 'É coisa de Santos Dumont'

Um jogo ruim, mas um resultado bom que trouxe alívio. Essa foi a avaliação de Vanderlei Luxemburgo após o empate por 1 a 1 com a Ponte Preta, na tarde deste sábado, no Maracanã. O treinador admitiu o baixo nível técnico da partida e fez questão de deixar claro para o torcedor tricolor sem meias-palavras que o sofrimento na luta pela permanência do clube na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro será grande até o fim. Só que, ao mesmo tempo, exaltou que o ponto conquistado principalmente pelas circunstâncias -  com um gol contra, três minutos após sair atrás do marcador - precisa ser comemorado.
- O  jogo foi ruim, mas o empate foi achado em um jogo que estava perdido, truncado e de baixo nível técnico. O ponto foi importante porque mantivemos a Ponte dois jogos atrás. É importante deixar claro que a nossa competição não é a do Cruzeiro e a do Grêmio. É a parte de baixo da tabela. É difícil o torcedor se conscientizar disso, mas é a realidade. E sem dúvidas vai ser sofrido até o fim. Como se discute a parte de cima, também tem de discutir a de baixo. Claro que a vitória seria ótimo, mas não ganhamos. Agora é disputar jogo a jogo e ter tranquilidade.
Luxemburgo também ressaltou o grande número de desfalques. Em razão disso, teve de fazer uma série de mudanças com o que tinha em mãos. Rafinha, por exemplo, iniciou o jogo na lateral esquerda, passou para o meio, sua posição de origem, e terminou na direita. As críticas de que inventou demais foram rebatidas pelo treinador.
- Inventar é coisa de Santos Dumont. Fui negociando com a partida ao longo dela. Estava difícil, foram muitos desfalques. Tentamos de tudo. Foram muitas dinâmicas diferentes em função do que acontecia no jogo,  e no fim achamos um resultado que estava perdido - disse.
vanderlei luxemburgo fluminense x ponte preta (Foto: Ivo Gonzalez/Agência Globo)Vanderlei Luxemburgo gesticula durante o empate do Fluminense (Foto: Ivo Gonzalez/Agência Globo)
Com o empate no Maracanã, o Fluminense chegou a 36 pontos. No momento, abre quatro acima da zona do rebaixamento. Mas Vasco e Criciúma, que têm 32 pontos, ainda vão jogar contra Botafogo e Corinthians, respectivamente.
Confira a íntegra da entrevista coletiva de Vanderlei Luxemburgo.
Má fase de Jean

- Não é só o Jean que não tem jogado o que estamos acostumados. É a equipe toda. Ou eu não estaria aqui no lugar do Abel. O Fluminense não tem tido a performance dos anos anteriores. Quando uma equipe é muito boa e está bem montada, se o cara não vai bem, o time consegue levantá-lo. Essa é a diferença. O Fluminense não consegue fluir e passa por sofrimento na competição. Não adianta pensar em Libertadores ou time de guerreiros. Temos de olhar a tabela embaixo porque vamos sofrer até o fim, já que a temporada foi ruim.
Conversa com arbitragem

- Vejo na Europa o tempo todo o árbitro conversando com o técnico. Temos de acabar com isso aqui. Fiz uma abordagem sem ofensa. Isso não pode virar notícia. Estamos falando de futebol, pô. Tenho ainda uma imagem na minha cabeça do Cafu jogando pelo Roma. Após um impedimento, ele voltou do campo de ataque até o meio conversando com o auxiliar e não foi expulso. Isso é uma bobagem. Aqui a gente não pode falar nada. O que não pode é ofender as pessoas.
Sofrimento até o fim?

- Claro. Sem dúvidas. Não podemos enganar o torcedor. São três equipes que podem ganhar o Brasileiro. Será que os outros podiam? O Fluminense neste ano perdeu cinco jogos, o ambiente ficou ruim, e o Abel caiu. Se eu perder posso sair também. Nos últimos tempos a parte de baixo da tabela é a mais disputada. São muitos com a faca no pescoço. O futebol brasileiro precisa ser discutido. Tenho três meses de Flu, e pela segunda  vez vou ter uma semana livre. São muitos jogadores se quebrando. Será que vale a pena manter os Estaduais? Quem tem vantagem hoje é quem é eliminado precocemente nas competições. Mas acho que boa parte da torcida já entendeu essa situação e percebeu que precisa abraçar o time até o fim.
Inventou durante o jogo?

- Inventar é coisa de Santos Dumont. Eu tinha muitos desfalques e não quis entrar exposto. Tivemos chances no primeiro tempo e não fizemos. Olhei o banco, e o único jogador de ataque era o Marcos Junior. Não podia colocá-lo de cara porque aí no fim teria de lançar um zagueiro no ataque. Temos lesões e suspensões que estão prejudicando, mas estamos caminhando.
Retorno do Departamento Médico

- O Ronan voltou a fazer trabalho de campo. O Carlinhos não deve jogar mais nesta temporada. O Fred pode voltar em meados de novembro. Com os jogos mais escassos isso pode ajudar, e ele será importante. Vamos na conta do chá. Quem tiver recuperado vai entrar a meio-pau. Não dá para esperar a melhor forma.
Responsabilidade dos moleques de Xerém

- Quando está tudo bom, o moleque entra e vai jogar. Quando a situação está desconfortável, ele sente, a perna treme... Mas ao mesmo tempo, com tudo o que está acontecendo no Fluminense, estamos conseguindo amadurecer alguns jogadores. Estamos antecipando etapas, mas isso pode ser bom para o futuro. Eles estão vendo como é entrar com a faca no gogó.

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