17 de out. de 2013

Deco diz que noitadas sempre foram comuns no Barcelona: 'Antes e hoje'

De volta a Barcelona, desta vez para curtir os primeiros meses de aposentadoria com a família, o ex-jogador Deco aproveitou a ocasião para relembrar os tempos em que brilhou no Barça ao lado de estrelas como Ronaldinho Gaúcho, entre 2004 e 2008. Em entrevista ao jornal "Mundo Deportivo", o brasileiro naturalizado português procurou minimizar a fama de amante da noite, mas admitiu que costumava sair, acrescentando que as noitadas ainda são comuns entre os atletas da equipe.
- Isso é uma besteira. Os jogadores sempre saem à noite. Antes e agora. Mas quando se ganha, não acontece nada. No entanto, quando se perde, descobrem tudo. O futebol é uma mentira. Nos anos que ganhamos saíamos mais. Eu falo por mim: se não estou ganhando, não tenho vontade de sair de casa para que me vejam por aí. Quando você ganha, está mais tranquilo. Hoje os jogadores do Barça não saem à noite? É claro que saem.
Deco Visita jogadores do Fluminense em Laranjeiras (Foto: Bruno Haddad / Fluminense F.C)Deco na última visita que fez ao Fluminense (Foto: Bruno Haddad / Fluminense F.C)
Deco não está na cidade à procura de trabalho e não quer voltar a se vincular ao clube, apesar de já pensar no que pretende fazer no futuro. Entre as possibilidades que mais lhe agradam está a de atuar como dirigente.
- No Brasil já tive alguma oferta, mas deixei o futebol há um mês e meio e não penso nisso agora. Mas gosto da ideia.
Já o cargo de treinador não está em seus planos.
- Não me vejo. Não porque eu não goste, mas é muito difícil para mim por um tema pessoal, já que tenho cinco filhos. Estou há muitos anos no futebol e a vida de treinador também é intensa, pior que a do jogador.
Aposentadoria e doping
Deco negou que o uso de doping tenha influenciado sua decisão de se aposentar, garantindo que tudo não passou de um equívoco médico. O meia foi pego no exame antidoping no começo deste ano, sendo flagrado em março com as substâncias hidrocloratiazida (diurético) e carboxi-tamoxifeno (hormônio), em duelo entre Fluminense e Boavista, pelo Campeonato Carioca. Suspenso preventivamente por 30 dias pelo TJD-RJ, ele voltou a atuar pelo Tricolor em julho, na derrota para o Botafogo, por 1 a 0. Um novo julgamento aconteceria no tribunal estadual a pedido da procuradoria. Com a demora para definição da data, o STJD interveio e assumiu o caso, julgado no fim do mês passado.
- O Fluminense não tem uma grande estrutura médica como Barça ou Chelsea. Por isso fiquei nas mãos de um nutricionista e ele mandava minhas vitaminas para uma farmácia para que fizessem os complementos vitamínicos. Mas como essas farmácias também fazem medicamentos, de forma involuntária contaminaram meus complementos. Foi uma contaminação pequena, mas no fim, deu positivo nas análises por causa de duas substâncias. Uma se usa como diurético e a outra é para o câncer de mama, mas contém anabolizantes, algo que não serve para o futebol. Depois a federação carioca e a CBF brigaram pelo caso e, no fim, a CBF me puniu com oito meses de suspensão sem explicar a razão. No Brasil, o laboratório de referência antidopagem foi desacreditado pela Wada (Agência Mundial Antidopagem). No Brasil, as análises antidoping são enviadas para a Colômbia. No Brasil, que vai organizar um Mundial! Com isso, está tudo explicado.
Deco reconhece que sofreu nos primeiros dias de aposentadoria, mas lembra que não tinha condições físicas de seguir jogando, apesar dos pedidos da diretoria do Fluminense.
- O Fluminense queria que eu continuasse jogando, mas eu me lesionava muito, os músculos já não podiam render em alto nível. No dia que você levanta de manhã e vê que já não joga, é duro. Mas foram dois dias de luto. Um amigo definiu muito bem o meu caso: é como se fosse um familiar de quem se gosta muito, mas que não está bem de saúde, que vive mal. No fim, o melhor é que se vá e descanse.

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