16 de set. de 2013

'Super Bayern' encabeça quinteto poderoso favorito à Champions

Faça uma lista de cinco favoritos ao título da Liga dos Campeões 2013/2014, que se inicia nesta terça-feira com oito jogos pela Europa. Certamente, a relação tem o Bayern de Munique, atual campeão, comandado por Pep Guardiola e que ainda reforçou o seu elenco para a temporada. Outro que aparece com certeza é o Barcelona, que já tinha Messi e agora conta com o talento de Neymar. Não se pode esquecer do Real Madrid, responsável pela contratação recorde de Gareth Bale, seguida da renovação contratual milionária de Cristiano Ronaldo. Junte a eles os ingleses Chelsea, penúltimo campeão e treinado por José Mourinho, e o sempre temível Manchester United, e pronto: está formado o quinteto mais poderoso do principal torneio de clubes do continente.
Curiosamente, os cinco encabeçam o ranking organizado pela própria Uefa, que leva em conta resultados dos últimos cinco anos. O líder em pontos é o Barcelona, vencedor nas edições de 2008/09 e 2010/11, mas o time a ser batido atende por um superlativo. O atual campeão não recebeu o apelido de "Super Bayern" à toa.
Claro que outros ex-campeões, como Milan e Juventus, os clubes que abrem os cofres atrás da primeira conquista na Champions, casos de Paris Saint-Germain e Manchester City, e as zebras, lideradas pelo Steaua Bucareste, nunca devem ser desprezados. Mas a regularidade com que o quinteto favorito chega às fases finais do torneio nos últimos anos é prova de que apostar em um dos cincos é investimento mais do que seguro. Tirando o Internazionale, campeão com Mourinho em 2009/10, apenas uma vez desde 2008 um time fora desses favoritos chegou à decisão, o Borussia Dortmund, em 2012/13, e apenas outros três foram semifinalistas (Arsenal, em 2008/09, Lyon, em 2009/10, e Schalke 04, em 2010/11.
Guardiola e o Bayern em reconstrução
Uma temporada perto da perfeição levou o Bayern a conquistar o Alemão, a Copa da Alemanha e também a Champions, em final doméstica diante do rival Borussia. Com um grupo fortalecido pelas aquisições de Götze e Thiago Alcântara, o time busca agora o equilíbrio três meses após a chegada de Guardiola numa chave apontada como não muito difícil, contra Manchester City, CSKA Moscou e Viktoria Plzen.
Ribery Bayern de Munique e Chelsea (Foto: Getty Images)Eleito melhor jogador da Europa em 2012/13, Ribéry ergue a Supercopa: (Foto: Getty Images)
As atuações nos primeiros jogos da temporada acenderam o sinal de alerta na Baviera. A derrota para o Borussia na Supercopa da Alemanha e o tropeço diante do Freiburg na Bundesliga assustaram. Mas o título da Supercopa da Europa, contra o Chelsea, nos pênaltis, serviu para aliviar a pressão sobre os ombros do catalão, ainda que tenha sido conquistado com muito sofrimento, graças ao gol de Javi Martínez no último minuto da prorrogação e a vitória nos pênaltis. Pep, porém, sabe que a missão de levar uma equipe a dois títulos consecutivos da Champions é inédita. E pede calma num momento de cobranças e expectativa correspondente às glórias na temporada passada.
- É muito cedo para pensar em título. É uma pergunta para quando estivermos nas quartas de final, semifinal. Se estivéssemos em fevereiro, nós nos ocuparíamos mais em pensar em ganhar. Agora o mais importante é ir melhorando em relação ao dia anterior. Estou convencido de que no ano que vem, depois da pausa de inverno, estaremos bem situados. Tenho um sentimento de que faremos uma boa temporada. Em maio, estaremos em condições de lutar pelos títulos – disse o treinador.
Neymar aumenta esperança do Barça
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messi e Neymar, Barcelona (Foto: Getty Images)Messi e Neymar: dividir atenções para voltar a
conquistar a Champions (Foto: Getty Images)
O Barcelona, ex-clube de Guardiola, segue por caminho semelhante. Também está de cara nova no banco de reservas - o argentino Tata Martino no lugar de Tito Vilanova - e conseguiu um dos principais reforços da temporada. Neymar é encarado como um desafogo a Messi nos momentos mais complicados, mas pode se transformar em protagonista ao longo do ano. Como "coadjuvantes de luxo", ainda estão Xavi e Iniesta, assim como Piqué, Daniel Alves e Busquets.
Líder do Espanhol após quatro rodadas, o Barça precisou dos critérios de desempate para celebrar a Supercopa Espanhola no mês passado. Contra o Atlético de Madri, atual vice-líder, foram dois empates (1 a 1 fora, gol de Neymar, e 0 a 0 em casa). O goleiro Valdés acabou como o grande nome do segundo confronto e prova que a defesa, tão criticada ao sofrer sete gols do Bayern nas semifinais da última Champions, não está no mesmo nível do setor ofensivo.
Ninguém foi contratado para a posição, mas não será numa fase de grupos com Milan, Ajax e Celtic que o Barcelona pode temer pela sua vida na Champions.
- Considero que os grupos são muito equilibrados e que haverá alguns grandes jogos. Na nossa chave, temos times de topo e com histórico, nomes grandes. Equipes que já enfrentamos anteriormente e que, por isso, conhecemos minimamente – avaliou Messi.
Real ainda mais galáctico
Arquirrival do Barça, o Real Madrid chega como dono de um dos melhores elencos de toda a competição. Dinheiro, é claro, não foi um problema para o presidente Florentino Pérez, que investiu € 100 milhões para tirar Gareth Bale do Tottenham, na maior contratação da história do futebol. Além do galês, trouxe ainda os jovens espanhóis Carvajal, Illarramendi e Isco, este último grande candidato a craque e substituto do alemão Özil, que a contrapeso foi negociado com o Arsenal.
Bale Villarreal e Real Madrid (Foto: Agência AP)Contratação mais cara da história, Bale prova que o Real aposta alto pela "décima" (Foto: Agência AP)
O Real também tem cara nova na comissão técnica: o italiano Carlo Ancelotti, ex-Paris Saint-Germain (Zidane, ídolo merengue, é o seu assistente). Depois de o “especialista” em Champions José Mourinho fracassar por três anos, o Real busca em outros renomados a esperança de, enfim, conquistar o décimo título europeu. Na fase de grupos, encara Juventus, Galatasaray e Copenhague.
- A prioridade foi o projeto do melhor clube do mundo, pelo pensamento que o presidente tem de trazer os melhores jogadores, e me sinto incluído nisso. Sinto que esse clube pode ganhar mais Champions, mais ligas, mais copas. Não foi apenas dinheiro. Isso foi o segundo ou terceiro fator – afirmou Cristiano Ronaldo, que renovou o seu contrato no último domingo e passará a receber R$ 51 milhões líquidos por ano.
Mourinho e companhia reforçam fé no Chelsea
Mourinho Oscar Chelsea (Foto: Reuters)Mourinho orienta Oscar no Chelsea: time renovado
na volta ao comando dos Blues (Foto: Reuters)
O Chelsea precisou esperar quase uma década de loucuras de Roman Abramovich para levantar a sua primeira "orelhuda", como é chamado o troféu da Champions. Drogba se foi, Terry e Lampard estão cada vez mais rodados - e menos decisivos -, mas os Blues seguem no patamar de primeira força no continente. Por alguns fatores que merecem atenção: o retorno de José Mourinho ao clube (o português ainda persegue o título continental na Inglaterra, onde recebeu o carinhoso apelido de “Special One”); o rejuvenescimento do elenco (Oscar, Mata, Hazard, Schürrle, De Bruyne e o brasileiro recém-incorporado Willian dão as mais variadas opções no meio-campo, sendo o espanhol o mais velho, com 25 anos); a dosagem com a experiência está mantida nas figuras de Cech e também do camaronês Samuel Eto’o, outro reforço, contratado do Anzhi, da Rússia.
Numa chave com Basel, Schalke e Steaua Bucareste, o Chelsea só repetirá a campanha do último ano, quando foi eliminado precocemente para Shakhtar e Juventus, em caso de desastre e perda de comando. Não parece ser um risco para o time, ainda que esteja em posição desconfortável no início do Campeonato Inglês, na sexta colocação, com duas vitórias, um empate, no clássico contra o Manchester United, no Old Trafford, e uma derrota, diante do Everton, justamente no último sábado.
- Há que se aproveitar o talento dos jovens. Temos de equilibrar a equipe com jogadores das outras gerações. Contamos com jogadores fantásticos da geração anterior, mas neste momento temos um time extremamente jovem. A principal vantagem é que são rapazes cheios de talento, mas ainda com espaço para melhorarem – avaliou Mourinho.
United: há vida sem Ferguson?
David Moyes posa com camisa do Manchester united (Foto: Agência Reuters)David Moyes na chegada ao United: peso da
história nos ombros (Foto: Agência Reuters)
Menos badalado que outros gigantes, o Manchester United passa por um período de interrogação. A saída de Alex Ferguson após 26 anos de casamento naturalmente foi um golpe duro e difícil de ser assimilado. Para completar, um mercado de transferências confuso quase culminou na saída do ídolo Rooney para o Chelsea. De contratações, apenas uma empolgante: o meio-campista Fellaini, ex-Everton, também o ex-clube do atual treinador David Moyes.
O belga chegou nos últimos minutos da janela, mas já estreou. No sábado, os Diabos Vermelhos derrotaram o Crystal Palace por 2 a 0 e mostraram que deverão seguir sonhando alto nesta temporada. Rooney, por sinal, deixou o seu. Se a parceria com o artilheiro holandês Van Persie funcionar, não haverá espaço para zebras num grupo com Bayer Leverkusen, Shakhtar Donetsk e Real Sociedad.
- Após o sorteio, eu liguei para Sir Alex, e ele me disse que este é um dos grupos mais difíceis que o United já teve numa Liga dos Campeões. Se isso veio dele, é porque significa alguma coisa. Há algumas grandes equipes, mas acho que em qualquer dia nós temos boas chances. Esperamos ter a oportunidade de provar que somos bons o suficiente – disse Moyes

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