4 de set. de 2013

Pechinchas da janela: Kaká, Villa e Eto'o dão prejuízo a antigos clubes

Em relação ao meia que deixou o Milan em 2009, Kaká retorna ao clube italiano mais experiente, mas também bastante desvalorizado. Se antes o brasileiro foi para o Real Madrid por exorbitantes € 65 milhões (R$ 202 milhões na cotação atual), agora retorna à Itália de graça. Mas o jogador não é a única pechincha do mercado de transferências da Europa, encerrado na última segunda-feira.
Outros nomes importantes do futebol do Velho Continente deram prejuízo a seus ex-clubes. Um bom exemplo é o de David Villa. Comprado por € 40 milhões (R$ 124 milhões) pelo Barcelona em 2010, o atacante acertou com o Atlético de Madri por € 5 milhões (R$ 15 milhões). Situação parecida é a vivida por Tevez. O argentino chegou ao Manchester City por € 29 milhões (R$ 90 milhões) e foi embora para o Juventus por € 9 milhões (R$ 28 milhões). Eto’o é outro que deixou seu clube de graça, o Anzhi, para se juntar ao Chelsea, após custar € 27 milhões ao clube russo (R$ 84 milhões).
Em comum, Kaká, Eto’o, Villa e Tevez têm o fato de estar na reta final da carreira. O brasileiro tem 31 anos, mesma idade do espanhol, enquanto o argentino completa 30 anos em fevereiro do ano que vem. Naturalmente, os clubes já não veem capacidade de lucrar com o trio nas próximas temporadas.
Falta de espaço
Entretanto, este não é o único motivo para a desvalorização desses jogadores. Nos casos de Kaká e Villa, a falta de oportunidades nos antigos clubes teve peso. O atacante espanhol perdeu espaço no Barcelona após uma grave lesão na perna esquerda no fim de 2012 e não conseguiu recuperar o bom futebol, enquanto o meia brasileiro não conseguiu se firmar no Real Madrid e amargou a reserva por boa parte do tempo. Nem mesmo a chegada de Carlo Ancelotti, com quem trabalhou no Milan, mudou o panorama.
- Agora as coisas estão difíceis para mim na equipe, há menos espaço. É hora de ter uma maior sequência – disse Kaká após sua última partida pelo Real, na vitória por 4 a 0 sobre o Deportivo La Coruña.
Kaká chegada Milan (Foto: AP)Kaká posa com a camisa do Milan no retorno à Itália (Foto: AP)
O caso de Tevez é um pouco diferente. Desde que chegou ao United, em 2007, o argentino não se adaptou à cidade de Manchester. Nem mesmo a ida para o City em 2009 mudou a situação. Em 2011, por exemplo, o atacante pediu para sair dos Citizens por não gostar do local onde vivia e estar longe da família.
Tevez apresentado Juventus (Foto: AP)Tevez ganha a camisa 10 no Juventus: saída de
Manchester pela porta dos fundos (Foto: AP)
- Não há nada para fazer em Manchester, e ainda falo muito mal o inglês. Quando terminar meu contrato, não volto a Manchester nem de férias – chegou a dizer o jogador.
Somada à dificuldade de adaptação, a queda de rendimento de Tevez na última temporada facilitou a saída do jogador. Ele fez 11 gols em 34 jogos, mas ficou algumas partidas na reserva. Com o interesse do Juventus, o City não demorou muito para liberar o argentino.
Os Citizens, aliás, são “campeões” em levar prejuízo. Financiado pelo sheik Mansour bin Zayed, dos Emirados Árabes, o clube azul de Manchester se acostumou a pagar caro – às vezes mais do que necessário – para contar com nomes de qualidade duvidosa. Depois, o déficit é inevitável. Um exemplo é o zagueiro Kolo Touré, comprado por € 18 milhões (R$ 56 milhões) ao Arsenal em 2009 e liberado de graça em 2013 para o Liverpool.
Com isso, fica a dica para clubes em busca de jogadores de qualidade na próxima janela de transferências. Atletas perto dos 30 anos e pouco utilizados em grandes clubes – principalmente aqueles de propriedade de magnatas – podem sair por um valor bem abaixo do que um dia custaram. Resta saber se o nível do futebol será mantido.
Samuel Eto'o chelsea apresentação (Foto: Reprodução / Facebook)Eto'o em sua apresentação no Chelsea: reencontro com Mourinho (Foto: Reprodução / Facebook)

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