20 de set. de 2013

Loteria da Babilônia

Está confirmado. Agora a casa caiu. E tinha que cair mesmo, perder de 4 pro genérico em pleno Maracanã? Onde é que nós estamos? A revolta é nacional e muito justificável. Não pela derrota – acreditem, já houve outras até piores. Não pela goleada, que isso está virando um escroto hábito do Flamengo moderno. Mas pela pornográfica e inaceitável falta de sangue dos chibungos que desonraram o Manto na noite de ontem. E chega de comentar sobre um jogo em que os últimos 70 minutos foram absolutamente desnecessários e excessivos.
Qual a serventia de ficar descascando nossos mulambos, gastando nosso vocabulário de impropérios? Se coloque no lugar desses caras. Se você ganhasse aí uns 100 mil todo mês você ia se preocupar com o que uns merdas como eu ou você acham do seu desempenho profissional? E esses caras ganham muito mais do que isso. Ou seja, execração pública não tem serventia. E as vaias, ora, já sabemos que essa mulambada se recusa a jogar melhor para calar as vaias. O máximo de atitude desses zumbis é pedir pra sair.
Deus me livre de pagar de gatomestre com aquela conversinha fiada de “eu avisei”, mas como sei que ninguém vai lembrar sou obrigado a quebrar meu estrito código ético e fazer uma menção a algo que eu mesmo escrevi. Já tem vários dias que venho batendo na questão do projeto pro futebol do Flamengo estar errado, que havia falhas no planejamento, que as coisas não estavam sendo bem feitas lá no eixo Gávea-Ninho do Urubu e que uma mudança radical era inevitável.
Bom, a mudança radical taí. Radical até demais pro meu gosto, mas é ponto pra mim. Nunca poderia imaginar que um cara com a responsabilidade que o Mano tinha, dois dias depois de dar uma longa entrevista onde teceu grandes elogios ao trabalho ia dar uma mancada dessas. Pelo jeito deu um “5 minuto” nele. Mano pipocou feio, pisou mal. E saiu bem menor do que entrou.
As suas explicações para o tresloucado ato foram canhestras, dignas daquelas justificativas para infrações de trânsito. Mas também é o seguinte: se o cara não quer mais ficar em um emprego de 700 mil por mês e pede pra sair não tem que explicar mais nada. Já está tudo muito bem explicado.
Mesmo porque, agora é tão óbvio, não era pra ser o Mano. Se fosse pra ser já teria sido. E se não foi até agora nesse Flamengo é que não ia ser mesmo. Mas assim como a bola não entra por acaso, técnico não sai por acaso. E nenhum time com uma folha salarial alta e em dia (isso é incrível) fica na 14ª posição de um campeonato palha como o Brasileiro por acaso.
Estou revoltado como todo rubro-negro. Depois de levar 4 côcos não cabe embargo infringente. Mas refreio os corcéis da minha ira para elevar minhas preces ao céu. Para que dessa vez a diretoria não procure agir com velocidade executiva para substituir o Mano. Vejam o que diz o sábio Lao Tsé, que era um entusiasta do wu-wei (ação na inação, do zen-budismo) no aforismo 63 do seu Tao Te Ching (O Livro do Caminho e da Virtude): “Agi pelo não agir! Sede ativos na inatividade! (…) Achai gosto no desgosto! O sábio prevê as dificuldades, por isso as supera”
Que deixem o Jaime assumir a bagaça, interinamente mesmo, sem maiores compromissos. Aliás, que compromisso pode ser maior do que alterar a trajetória de nossa nave rumando descontrolada em direção ao planeta lama? Jaime é o cara por vários motivos. Mas o principal é porque Jaime já tá lá e conhece o caráter dos nossos formidáveis rapazes, sabe com quem pode e com quem não pode contar. Imagina quantas rodadas um novo treinador ia precisar até conhecer a extensão do talento dos nossos pernas de pau?
Se houve um momento nesse duro ano de recuperação em que o mais certo a fazer é  se curvar à experiências anteriores, esse momento é agora. Chegou a hora de abraçar mais uma vez, e dessa vez muito a sério, a doutrina da palhaçadinha zero. Chegou a hora de parar de falar e começar a trabalhar. No campo e nos gabinetes.
Mengão Sempre
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Rubro-negro bem vestido, me ajuda a acabar com os perebas no time do Flamengo. Entra logo nosócio torcedor.

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