A esperança de contar com Jade Barbosa no Mundial da Bélgica foi freada há dois dias. Apesar do esforço para tentar se recuperar a tempo de disputar a competição, de 30 de setembro a 6 de outubro, a participação da ginasta foi vetada pelo médico. De acordo com Georgette Vidor, coordenadora da seleção feminina, a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) foi comunicada pelo Cegin, clube de Jade. Embora tenha manifestado o desejo de levá-la apenas para acompanhar a equipe e observar as rivais, a dirigente disse que o plano foi mudado para que a atleta não perca um tempo precioso no trabalho de recuperação da lesão no pé direito. A expectativa da CBG é que ela possa voltar a competir ainda este ano. Se estiver liberada e em boas condições, poderá representar o país na Swiss Cup, em novembro, juntamente com Arthur Zanetti. Caso precise de mais tempo, a ideia é que dispute o Sul-Americano, em dezembro.
- Infelizmente ela não vai poder ir. O médico não liberou. Jade está fazendo musculação e a fisioterapia, e tínhamos esperança porque ela é uma atleta forte demais. Fizemos a inscrição para que não perdesse a oportunidade de ir. Ela é uma ginasta que estando em boa forma física, com o peso baixo, consegue fazer a prova de salto porque a técnica ela tem. Mas a gente não quer machucá-la. O Mundial mais importante para nós é o do ano que vem, em outubro, na China. Então, precisamos que ela entre em forma e ganhe ritmo de competição porque em março vamos ter os Jogos Sul-Americanos e o Alexander Alexandrov (russo, técnico da seleção brasileira) já quer colocar a equipe que vai ao Mundial para competir. Não sei se vai ser possível ainda ela disputar a Swiss Cup porque terá que fazer os quatro aparelhos. Mas se estiver bem, a vaga é dela - disse Georgette ao GLOBOESPORTE.COM.
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No fim de julho, Jade sofreu uma queda após a execução de um salto durante um treino e teve como primeiro diagnóstico a ruptura no ligamento do pé direito, com necessidade de cirurgia. Após consulta com um especialista indicado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e dos exames realizados com apoio da entidade, a opção foi pelo tratamento conservador. Desde então, ela tem se dedicado ao trabalho de fisioterapia e vem sentido melhora.
- Ela ficou animada quando soube que não precisaria operar. Estava se saindo muito bem nos treinos e esperando pelo Mundial com muita vontade. Acho que pela primeira vez na vida vejo a Jade querendo tanto. E me surpreendi porque ela podia estar chateada por ter sido cortada das Olimpíadas no ano passado. O que mostrou é que está diferente, querendo mostar para que veio. Eu estava muito satisfeita e perguntava: "Por que ela não estava com esse tipo de comportamento um ano antes?" Ela teria brilhado nos Jogos. Não tenho o que dizer dela com relação a este ano - elogiou.
Dona de um bronze no individual geral no Mundial de Stuttgart, em 2007, e de outro no salto, conquistado na edição de Roterdã, em 2010, Jade é tida como uma peça importantíssima pela CBG para as pretensões da equipe em 2014.
- No ano que vem, classificam 24 equipes. Mas se em 2015 a gente quer ter a possibilidade de medalha, temos que estar com a equipe mais bem preparada. Então, no Mundial de 2014 vamos querer ficar entre as 12 e, depois, com a equipe mais forte, estar ao menos entre as seis primeiras do mundo. Em 2015, já vai ser possível ver o resultado do trabalho que estamos fazendo com o Alexandrov. Já vai dar para mostrar a diferença.
Na Bélgica
A equipe feminina contará com duas representantes na Antuérpia: Daniele Hypolito e Letícia Costa. Georgette acredita que a experiente Daniele chegue à final do individual geral. Não duvida também que consiga o mesmo na prova de salto.
- Dani estando motivada e não se machucando até lá, tem boas chances. A Letícia ainda não sei o que esperar porque será o primeiro Mundial dela. No sábado, ela me perguntou tudo. Tive que explicar como vai ser o treino de pódio e em que grupo ela ia entrar. Sei que ela está tensa por ser a primeira grande competição da vida dela, mas não sei como vai se comportar. Estou tentando acalmá-la. Tudo pode acontecer. Este não é um Mundial para se esperar grandes coisas. Os bons resultados vão vir a partir do ano que vem.
A dirigente lembra que os primeiros meses de trabalho sob a batuta do renomado Alexandrov tem sido importante para conhecer as ginastas e orientar mais os treinadores.
- As meninas evoluíram muito os elementos de dificuldade, que são a base de notas de partida altas. Para que possamos estar na ponta, precisamos aumentar a dificuldade das provas e é isso q ele está fazendo agora. Muitas delas já estão fazendo elementos mais difíceis e combinações, mas ele não quer que coloquem nada agora nas séries. Vamos ver se elas vão aguentar o ritmo forte de treinamento dele (risos)
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