8 de set. de 2013

CRUZEIRO DOMINA O FLA, VENCE E MOSTRA POR QUE É O MELHOR DO TURNO

  • sorte
    R. Goulart
    O gol contou com sorte. Após cabeçada do camisa 31, a bola tocou sua coxa, e após tapinha de Paulo Victor, achou a trave e voltou para o meia marcar.
  • estatística
    domínio celeste
    Os números mostram 18 finalizações do Cruzeiro contra cinco do Fla, e seis chances claras de gol contra nenhuma do rival. Na posse de bola, 57%.
  • paredão
    Paulo Victor
    Escalado no lugar do vetado Felipe, o goleiro se salvou na partida. Principalmente na grande defesa em chute de Éverton Ribeiro, no 1º  tempo.
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
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Líder do Brasileirão. Do primeiro turno, que acabou neste domingo. Os 15 pontos de vantagem que tinha sobre o adversário antes da partida já eram o sinal de superioridade do Cruzeiro sobre o Flamengo, no encontro no Mineirão entre os times que se digladiaram nas oitavas de final da Copa do Brasil. E a proeza rubro-negra de ter despachado a Raposa no duelo eliminatório de ida e volta na outra competição foi posta à prova no campeonato de pontos corridos. Aí, normalmente, vence quem tem melhor time, melhor elenco, melhor conjunto, melhor esquema, melhores jogadas ensaiadas... Não só vence, mas domina. Foi o que aconteceu. E o placar de 1 a 0 foi pouco. O gol solitário de Ricardo Goulart foi muito pouco para mostrar a superioridade de 18 pontos na tabela.
Pelo menos, a torcida celeste, que compareceu ao estádio - o público presente foi de 37.466, e o pagante, de 35.797, originando a renda de R$ 2.137.575 -, saiu do estádio vingada da eliminação da Copa do Brasil. E certa de que o time tem totais condições de manter a boa campanha no returno para se sagrar campeão brasileiro. Os rubro-negros terminam o primeiro turno fora do Z-4, mas muito preocupados. A equipe está ali por perto, em 15º lugar, com 22 pontos, e mostra muita instablidade, com limitação técnica e tática, com poucas jogadas ofensivas. O técnico Mano Menezes precisa trabalhar, e muito, para melhorar o Flamengo.
No início do returno, na 20ª rodada, o time celeste vai ao Serra Dourada encarar o Goiás, na próxima quarta-feira. O meia Ricardo Goulart, autor do gol da vitória, comemorou muito os três pontos a mais na liderança da tabela.
- Neste Brasileiro, meio gol é o que importa. Hoje fui feliz de ter feito esse gol na persistência - disse o jogador, que precisou concluir duas vezes para mandar a bola para a rede.
A equipe rubro-negra receberá o Santos na quinta-feira, no Maracanã. O volante-meia Elias, destaque e agora capitão da equipe, que jogou visivelmente sem totais condições físicas, resumiu bem a frustração com a fraca atuação da equipe. Mas deu esperanças de melhora.
- Falhamos todos, coletivamente. Mas não adianta abaixar a cabeça. Fizemos um grande jogo, estamos no caminho. No segundo turno vai mudar muita coisa. Vamos trabalhar. A gente joga em casa a próxima partida, e os adversários atuam fora. Mas uma vitória hoje nos colocaria em nono ou décimo, e a derrota mantém a posição. O Brasileiro está embolado, é ruim (a posição do Flamengo), o torcedor não quer ver a tabela com o Flamengo lé embaixo. Mas uma vitória nos coloca lá em cima.
Ricardo Goulart comemoração jogo Cruzeiro contra Flamengo (Foto: Washington Alves / Vipcomm)Ricardo Goulart comemora o gol da vitória cruzeirense no Mineirão (Foto: Washington Alves / Vipcomm)
Raposa melhor
O Cruzeiro entrou sem Julio Baptista, poupado de última hora com dores musculares. Mas o time nem sentiu falta do camisa 10. Dominou inteiramente a primeira etapa. O trio Éverton Ribeiro-Willian-Ricardo Goulart explorava a habilidade com toques rápidos e boa movimentação. Sorte do Flamengo que essa pressão não foi capaz de criar tantas chances de gol. Com Paulo Victor atento no lugar de Felipe, também poupado com dores no tornozelo direito, e três volantes - Cáceres, Luiz Antonio e Elias - bem ligados, a defesa rubro-negra era facilitada pelo jogo centralizado da equipe celeste.
Esse foi o maior problema da Raposa. E por isso o primeiro tempo virou sem gols. Ceará e Egídio pouco chegavam à linha de fundo. Na única vez que deu certo, o camisa 6 obrigou Samir a dar uma cabeçada salvadora para escanteio. Na cobrança do lateral, Nilton testou no travessão. Isso aos 44 minutos. Antes, a bola mais perigosa da primeira etapa foi pelo meio mesmo, aos 30, num belo chute de fora área, bem longe, de Éverton Ribeiro. E defesa sensacional de Paulo Victor salvou o Flamengo, que viu o camisa 17 da equipe mineira soberano. Seu único erro foi não ter devolvido bola para Ricardo Goulart em jogada pela direita aos 39. Tentou bater por cobertura, mas a bola subiu.
E se o jogo centralizado do Cruzeiro nem possibilitou Borges de ter chance de gol,  o Flamengo bem que tentava abrir o jogo, ora com Rafinha e Léo Moura pela direita ou Gabriel pela esquerda. Mas a jogada não funcionava. E Hernane ficava isolado, lutando sozinho contra Dedé e Bruno Rodrigo. Resumo da ópera. Exceto centros para a área, o time não conseguiu uma jogada com perigo em 45 minutos.
Pressão e gol
Veio o segundo tempo, e Marcelo Oliveira mexeu na lateral. O técnico celeste trocou Egídio por Mayke. Ceará, de touca desde que se chocou com Borges no primeiro tempo e cortou a cabeça, foi para o lado esquerdo. Aos dois minutos, houve jogada polêmica de ataque por aquele lado. Ricardo Goulart caiu  após a saída de Paulo Victor, mas o árbitro não viu pênalti. Nem o comentarista de arbitragem da TV Globo, Renato Marsiglia. O camisa 31 cruzeirense ganhou ainda cartão amarelo por simulação.
Everton Ribeiro jogo Cruzeiro contra Flamengo (Foto: Washington Alves / Vipcomm)Éverton Ribeiro é vigiado por Cáceres: avante celeste deu trabalho (Foto: Washington Alves / Vipcomm)
O Flamengo viu que precisava agredir. Na primeira boa trama de ataque, Rafinha tocou para Hernane, mas o pé salvador de Dedé tocando para escanteio evitou o pior. Àquela altura, seria tremendamente injusto a equipe rubro-negra abrir o placar. E foi o que ficou bem claro pouco depois. Aos oito minutos, Mayke centrou na medida para Ricardo Goulart. O camisa 31 deu a cabeçada e a bola ainda tocou em sua coxa antes de ir para o gol. Paulo Victor deu um tapinha, a bola tocou na trave e sobrou livre para ele novamente, Ricardo Goulart, tocar para as redes. A sorte acompanhou o bom jogador, para delírio da torcida celeste.
Daí em diante, o domínio cruzeirense continuou, e por pouco Willian não ampliou o placar, mas Paulo Victor e a trave novamente salvaram o Flamengo, que tentava nos contra-ataques o empate. Elias, sem boas condições físicas, se esforçava para tentar criar. Hernane, após a entrada de Nixon no lugar de Rafinha, até que participava mais. Mas sem receber a bola na medida para concluir. Com isso, ficava difícil a equipe chegar ao empate.
Com Dagoberto no lugar de Borges, a ideia era aumentar a velocidade do ataque celeste.  E o camisa 11 tocava rápido para Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro, com o camisa 17 fazendo jogadas de efeito para delírio dos cruzeirenses. Mano tentou dar sangue novo, com Carlos Eduardo e Bruninho nos lugares de Luiz Antonio e Gabriel, mas a briga foi inglória. No fim, até tentou o empate, mas no desespero. Seria muito injusto para o Cruzeiro.

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