Ao desembarcar em Varsóvia, Marta Menegatti tomou um susto. Já no aeroporto havia posters do Mundial de Stare Jablonki, a cerca de 2h30m de carro da capital polonesa. E, em todos eles, seu rosto com expressão séria estava em primeiro plano, à frente do atleta da casa, Mariusz Prudel e de Emanuel, dono de três medalhas olímpicas e três ouros em Mundiais. Tímida e com namorado ciumento, a bela italiana ficou feliz com o reconhecimento, mas espera ser lembrada de outra forma pela torcida: sorrindo, comemorando vitórias em quadra.
Com 67kg distribuídos em 1,80m de altura, Menegatti exibe ótima forma nas areias, mas nunca cogitou tentar a sorte nas passarelas. O mais perto que chegou de um trabalho como modelo foi ao fotografar para campanhas publicitárias de seus patrocinadores. Mesmo assim, não escapa dos olhares e elogios masculinos.
- Foi uma grande surpresa me ver estampada em todos os cantos. Eu sinceramente acho engraçado isso. Não me considero musa nem nada. E nem gosto muito desta foto. Foi tirada há dois anos, e preferia estar sorrindo. Posar para fotos não é minha prioridade de forma alguma, mas fico feliz porque mostra que os poloneses devem gostar de mim.
No início da carreira internacional, Menegatti conta que o namorado não gostava do assédio, mesmo que restrito apenas a pedidos de fotos e autógrafos. Ver a amada em uma arena, de biquíni, não era exatamente de seu agrado. Mas ele foi se acostumando. Conforme os resultados no esporte e tornaram mais expressivos, deixou de lado esta preocupação.
As conquistas mais importantes da carreira da musa italiana foram no ano passado: o quinto lugar nos jogos de Londres e o segundo lugar dos Grand Slams de Xangai e Stare Jablonki. De volta ao vilarejo polonês, ela sonha repetir o pódio ao lado de Cicolari.
- É um lugar realmente muito especial para nós. Este ano ainda não chegamos a nenhuma semifinal, e espero que aqui consigamos alcançar isso. Nos sentimos muito bem, muito confortáveis jogando aqui - disse a jogadora, premiada como destaque do último Mundial, disputado em Roma.
Seleção italiana tem técnico brasileiro
Implantado pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) no ano passado, o sistema de seleções é utilizado pela Federação Italiana desde 2005. Quatro anos mais tarde, a entidade separou os staffs masculino e feminino. E Menegatti começou a trabalhar com o técnico Lissandro Carvalho, que a orienta até hoje. Devido ao contato com o brasileiro, a musa conhece bem a filosofia de jogo das equipes verde-amarelas e compreende bem o português.
Para o treinador, as abordagens constantes a sua atleta não atrapalham o planejamento e o foco dentro da quadra. Lissandro elogia a conduta da jovem jogadora e sonha com pelo menos um quarto lugar no Mundial.
- Isto faz parte do mundo do vôlei de praia, cheio de corpos malhados. Acontece com frequência, e elas lidam bem com isso. São muito profissionais e estão muito concentradas nos jogos. Este ano traçamos três objetivos principais: o Grand Slam de Roma, o Mundial e o Campeonato Europeu. Espero que aqui Greta e Marta consigam chegar entre as quatro. Óbvio que queremos uma medalha e vamos lutar por ela, mas este é o nosso primeiro objetivo.
Por enquanto, a dupla caminha bem em Stare Jablonki. Na etapa de grupos, as italianas venceram dois dos três jogos (contra Radarong e Udomchavee, da Tailândia, e Arvaniti e Karagkouni, da Grécia). Na segunda fase, as adversárias serão as alemãs Bieneck e Großner.
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