15 de jul. de 2013

Crise em São Januário – Parte XXVII

Tô ligado que importante são os 3 pontos, mas como é bom ganhar o jogo de domingo. A semana já começa diferente, o cara sai da cama com vontade de chegar logo na escola, no trabalho ou no local onde se pratica a vagabundagem pra falar do jogo, zoar os buchas, cobrar as apostas. Depois de muito tempo o Flamengo deu essa moral pra gente e ganhou no domingo. Vocês já conhecem o protocolo, hoje os vices não botam a cara de jeito nenhum. Boa, Mengão!
Sei que muitas vezes ler as minhas impressões sobre os jogos do Flamengo deve soar como disco arranhado (disco: uma parada preta e redonda de vinil que na antiguidade, quando tocada por uma agulha, reproduzia musicas gravadas em seus microssulcos). Principalmente nas ocasiões em que após vencermos um timinho qualquer digo com toda a humildade possível que vencer fulano ou sicrano não é parâmetro de evolução e não serve como atestado de equilíbrio da nossa equipe. Foi mal aê, o disco tá arranhado, porque esse foi justamente o caso da previsível vitória do Flamengo sobre o vice, em Brasília.
Sério mesmo, já faz um tempão que terminou o jogo e até agora, ainda que muito amarradão com o providencial sacode na baranga que além de nos tirar da pestilência do Z4 nos catapultou tabela acima, ainda não sei dizer se o Flamengo está mesmo evoluindo. Porque o vice, além de ser muito freguês, está mal demais na foto e hoje é o tipo de adversário que não podemos parametrizar.
A falta dramática da força da grana que ergue e destrói coisas belas lá na pocilga contaminou brabo os camisa feiona. Nota-se claramente os efeitos da falta de cacau, o espirito da bigoduda está alquebrado, astênico, adinâmico. Nem a rivalidade ancestral, que deveria ser estímulo suficiente para qualquer um que nos enfrenta, foi capaz de motivar os pobres diabos. E durante toda a partida, que não foi lá um primor de técnica, mas foi corrida, os vices não conseguiram levar perigo à nossa meta uma única vez.
Ora, um adversário com tamanho déficit anímico não deveria ser um obstáculo para um Flamengo que além de ter a camisa mais fodona vem surfando uma súbita onda de boas notícias e tenta reconstruir sua reputação pagando a rapaziada todo dia 5. Entretanto, num embate entre forças tão desiguais o Flamengo saiu com uma vitória que ouso definir, com algum exagero, como discreta.
Aparentemente o time está marcando melhor, dando menos espaços e sustos na defesa. A opção que Mano fez de manter a cozinha pra dar confiança aos caras está se mostrando acertada. Mas na hora de fazer jogada do contra ataque e partir pra cima ainda estamos num estágio muito primitivo de desenvolvimento. A bicuda louca pra frente ainda é a saída de bola mais usada pela equipe e nem esse recurso básico das táticas anti-sufoco tem sido bem executado. Nosso time erra muito passe, principalmente porque tenta muita jogada complicada.
Esse elenco aí não é pra dar show. É pra jogar um feijão com arroz honesto, fazer o simples e manter a palhaçadinha em níveis aceitáveis. Nesse jogo em Brasília faltou calma pro Flamengo construir um placar mais folgado em cima de um vasco que estava a neném. Mas foram tantas as complicações desnecessárias na hora de concluir as jogadas que acabamos roendo o osso do 1 x 0 até o fim.
Agora que tiramos o pai da forca e já estamos numa posição mais confortável na tabela, podemos nos preparar para o próximo desafio com menos pressão e mais pragmatismo. Se contra a bigoda a vitória era obrigação, lá nas profundas do Uruguai do Norte um empate com o Inter já poderá ser encarado como um grande resultado. Claro que o ideal era ganhar lá pra diminuir o preju de perder pra Ponte e Náutico em casa, mas vamos ser realistas que dói menos. Melhor continuar no sapatinho que a gente chega lá.
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Mengão Sempre
Rubro-negro bem vestido, me ajuda a acabar com os perebas no time do Flamengo. Entra logo nosócio torcedor.

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