1943 foi um grande ano pro Flamengo. Talvez um dos mais importantes da nossa história centenária. Em 43 fomos bicampeões do Carioca e deixamos a bola quicando para conquistar o nosso primeiro TRI em 44. Nosso elenco era o melhor da cidade, os craques abundavam, mas o time tinha dois donos incontestáveis: Domingos da Guia e Zizinho. Os dois simplesmente humilhavam a arcoirizada.
Naqueles tempos pré Maraca o Campeonato Carioca valia muito e o Foguinho ainda não era considerado pequeno. Mas no carioqueta de 70 atrás o Mengão esculachou com todo mundo. Passamos o rodo no Flor, metemos 6 na baranga e demos duas pisas de 4 no Foguinho. A nossa supremacia era tamanha que só o Everaldo de Paes Lima, o Vevé, nosso ponta esquerda driblador e abusado, deixou quatro cocos no balaio dos adoradores do Manequinho. No jogo do returno (4 x 2, na Gávea), Vevézinho meteu 3. Uma pena que ainda não tivesse Fantástico naquela época pra Vevé pedir música.
Um dos nossos torcedores mais célebres então era José Lins do Rego, que fechava com o certo em tempo integral e também era cartola do Mengão nas horas vagas. Além de chegar junto em todos os jogos e de, literalmente, carregar nossos craques nas costas nas comemorações das grandes vitórias, José Lins do Rego arrumou tempo para publicar nesse mesmo 1943 sua obra-prima, Fogo Morto. Um encerramento espetacular do seu ciclo da cana de açúcar iniciado em O Menino de Engenho, de 1932.
Obviamente que nada disso guarda a menor relação com o jogo de logo mais no Vazião. Que tem tudo pra ser mais um empate daqueles bem muquiranas. Nossos moleques estão a fim de fazer sucesso, mas os profeçores sabem fazer contas e sabem também que com mais um empate (que seria o 99º na história do clássico) os dois times praticamente garantem o primeiro lugar em seus grupos. Vai ser muito difícil alguém partir pra cima. O jogo vai ser amarrado. Mas o titulo do livro do sacana do Zé Lins é sensacional. E pelo jeito nunca vai soar datado.
Todo mundo sabe que ganhar do Foguinho não enche barriga e ganhar deles não faria de 1943 um ano diferente dos outros. Já naquela época perder ponto pros manés de Excesso de Contingente Severiano era motivo de crise na Gávea. E mesmo relativizando historicamente o peso de um Carioca nos anos 40, é ponto pacífico que carioquetas, de ontem, de hoje e de amanhã, valem muito pouco.
Mas eu volto a afirmar que, fora o bi do carioqueta, 1943 foi um dos mais decisivos anos de toda a história do Flamengo. Exagerando um pouquinho poderia até dizer que os acontecimentos de 1943 foram determinantes para que conquistássemos nossas maiores glórias.
Porque foi em 1943 que Seu Antunes casou com Dona Matilde. O apaixonado casal que em 2013 comemoraria 70 anos de união ainda nem sabia, mas estavam colocando a galera do Mengão definitivamente rumo ao topo do Mundo.
Bom domingo pra vocês.
Extra! Extra! Extra!
Hoje só quem não pudesse ir ao Vazião ia poder ver o que o Flamengo preparou pra bombar as homenagens ao Zico e as vendas da camiseta comemorativa dos 60 anos d’O Cara. Mas o Urublog respeita, admira e apoia quem sempre bota a cara e vai dar uma colher pra você que fecha com o certo e já está se preparando para a peregrinação até o Engenho de Dentro. Se liga aí, corredor, em primeira mão e com exclusividade pro Urublog, o comercial dos 60 anos do Zicão.
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Mengão Sempre
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