9 de jun. de 2012

ENFIM, VITÓRIA: FLA SOFRE, MAS ENCERRA SÉRIE DE EMPATES E BATE O CORITIBA


Enfim, uma boa notícia para rubro-negros. Após viver dias conturbados desde a saída de Ronaldinho Gaúcho e de ter até sua sede assaltada, o Flamengo conquistou um triunfo. Com sofrimento, é verdade, mas os três pontos estão no bolso. O placar de 3 a 1 diante do Coritiba no Engenhão, sob chuva e pressão persistentes, põe fim a uma incômoda série de três empates e garante um sopro de paz na Gávea. O time acumula seis pontos na tabela do Brasileirão e, até os jogos deste domingo, ocupa a sexta posição.
O Coritiba foi um adversário duro e terminou o jogo com mais finalizações do que o adversário (13 a 11), mas se perdeu nos primeiros 15 minutos, justamente quando o Flamengo conseguiu abrir 2 a 0, com gols de Vagner Love e Luiz Antonio. O zagueiro Emerson diminuiu ainda na etapa inicial, mas no segundo tempo os paranaenses desperdiçaram ótimas chances para empatar. Já nos acréscimos, o estreante Hernane fez o gol do alívio flamenguista. O Coxa soma três pontos e está em 11º lugar.
A vitória dá sobrevida ao técnico Joel Santana, que está em processo de fritura, não conta mais com a paciência da cúpula de futebol e precisa de uma boa sequência de resultados para seguir no cargo. Após a partida, ele reclamou do excesso de críticas ao time e tentou justificar alguns resultados decepcionantes recentemente.
- Do dia que cheguei, há quatro meses, para hoje: olha quanto foi modificada essa equipe. Aqui no Flamengo se faz time da noite para o dia? Dorme e acorda com a equipe pronta? Isso não é fácil.
No Coritiba, o lamento geral foi pelos dois gols sofridos no começo do jogo. O goleiro Vanderlei disse que o time entrou com muito sono, e o técnico Marcelo Oliveira ressaltou que é preciso ter atenção o tempo todo.
- Tem que jogar os 90 minutos. Cobrei dos jogadores no vestiário e deu certo. Voltamos no segundo tempo com mais força, mas não traduzimos em gol.
Na primeira partida sem Ronaldinho Gaúcho no Engenhão, a torcida do Flamengo se manisfestou contra o atacante, agora jogador do Atlético-MG. Com uma faixa, demonstrou que ainda está na bronca com o ex-camisa 10. No fim, cantou: "Ô, Ronaldinho, pode esperar, a sua hora vai chegar".
Flamengo comemora gol sobre o Coritiba (Foto: Alexandre Loureiro / VIPCOMM)Jogadores do Flamengo comemoram um dos gols sobre o Coritiba (Foto: Alexandre Loureiro / VIPCOMM)
Na quinta rodada, o Flamengo vai jogar outra vez em casa. No domingo (17 de junho), recebe o Santos no Engenhão, às 16h. No mesmo dia, o Coxa enfrenta o Atlético-GO no Couto Pereira, às 18h30m. Antes, porém, abre a disputa da semifinal da Copa do Brasil contra o São Paulo. O jogo de ida será na quinta-feira, no Morumbi, às 21h.
Com Love e fôlego: Fla na frente do Coxa

O Flamengo hoje é Vagner Love e mais dez. Sem exagero. Antes mesmo de Ronaldinho Gaúcho deixar o clube, o Artilheiro do Amor assumiu a condição de protagonista com entrega e gols. Contra o Coritiba, fez o quarto dele em quatro partidas do Brasileirão. E bem cedinho. Aos cinco minutos, Magal cruzou da esquerda, e o camisa 99, em posição de impedimento, apareceu para completar de primeira: 1 a 0. Ele se iguala a Herrera, do Botafogo, e Alecsandro, do Vasco, na artilharia.
Foi gol de um Flamengo diferente. Sob risco de demissão, Joel Santana mudou o time. O técnico, que não contou com Léo Moura, vetado por um problema muscular, teve Wellington Silva na lateral direita. Mas o que chamou a atenção foi o sangue novo injetado do meio para a frente. Luiz Antonio voltou ao meio-campo no lugar de Kleberson, e Diego Maurício ganhou a posição de Deivid, algo que Joel pretendia fazer desde o jogo contra a Ponte Preta.
Diego Maurício ofereceu velocidade, apareceu para tabelar, tentou arrancadas e foi brigador. Assim nasceu o segundo gol, aos 12. Após roubar a bola na intermediária, ele avançou até achar Ibson, que viu bem a entrada de Luiz Antonio pela direita. O volante bateu firme para fazer o segundo: 2 a 0, fácil. À beira do banco de reservas, Joel, a exemplo do que fizera no primeiro gol, não comemorou.
O Coritiba do técnico Marcelo Oliveira nem de longe parecia ter a força de um semifinalista de Copa do Brasil. Foi um começo de jogo muito ruim para os paranaenses. Nada dava certo, apesar do esforço de Lincoln, Everton Ribeiro, Everton Costa e Ayrton. Este último quase fez um bonito gol. Em jogada individual, o lateral-direito encarou os marcadores, invadiu a área e disparou. Paulo Victor defendeu, e a bola ainda bateu na trave, mas a zaga afastou.
O Coxa despertou a partir dos 20 minutos. E decidiu ir para cima, principalmente em jogadas pelas laterais. Aos 24, conseguiu diminuir. Lincoln teve todo o tempo do mundo para olhar para a área e cruzar da direita. Pelo alto, zagueiro contra zagueiro. Emerson ganhou de Welinton e cabeceou no ângulo. Paulo Victor ainda tocou na bola, mas não conseguiu afastá-la: 2 a 1. Gol histórico para Emerson. Com 19, tornou-se o zagueiro com mais gols na história do clube.
Vagner Love na partida do Flamengo contra o Coritiba (Foto: Alexandre Loureiro / VIPCOMM)Love é marcado de perto. Atacante é um dos artilheiros do Brasileiro (Foto: Alexandre Loureiro / VIPCOMM)
O Flamengo passou por alguns minutos de apuros, principalmente na bola aérea, mas conseguiu conter a pressão. E voltou a ser melhor na parte final do primeiro tempo. Ibson, Luiz Antonio, Diego Maurício e Love foram os destaques com movimentação intensa e toques rápidos. Com chutes de fora da área, Diego Maurício e Vagner quase surpreenderam Vanderlei, mas o terceiro gol não saiu.
Fla segura o Coritiba
Marcelo Oliveira mudou o Coxa para tentar buscar o empate: voltou do intervalo com Chico e Robinho nos lugares de Sérgio Manoel e Lincoln. Melhorou. A equipe fez pressão, ficou sempre muito perto da área e teve a primeira chance de empatar aos sete minutos. Após cruzamento rasteiro pela direita, Everton Ribeiro por pouco não conseguiu escorar para o gol. A zaga rubro-negra se atrapalhou, a bola quase cruzou a linha, mas Paulo Victor conseguiu agarrá-la.

Ibson e Luiz Antonio não jogavam mais com tanta liberdade. Diego Maurício e Vagner Love passaram a apostar em jogadas individuais que quase sempre acabavam na marcação dos defensores. Diego, aliás, pareceu cansado e diminuiu o ritmo a partir dos 15 minutos. Wellington Silva tentou alguns cruzamentos, mas teve dificuldades de fazer a bola chegar à área.

A torcida começou a demonstrar impaciência e pediu mudanças. Joel mexeu. Tirou Magal, improvisou Renato na lateral esquerda, e lançou Bottinelli no meio. Pouco depois, tirou Diego Maurício e colocou o estreante Hernane. O Coritiba mexeu pela última vez. Marcelo tirou Lucas Mendes e lançou Tcheco para melhorar o toque de bola e ganhar a opção da bola parada.
O jogo virou uma gangorra. Ora Coritiba melhor, ora Flamengo mais forte. Aos 29 minutos, os paranaenses quase empataram. O atacante Roberto entrou livre pelo lado direito da área, na frente de Paulo Victor, mas isolou a bola.
Na reta final da partida, o Coritiba deu um gás em busca da igualdade. O gol de empate esteve perto de acontecer, principalmente aos 36, quando Everton Costa recebeu passe primoroso de Tcheco e saiu na cara de Paulo Victor. O atacante bateu firme, mas a bola saiu raspando o poste esquerdo.
O Flamengo teve mais sorte que juízo nos minutos finais, cometeu erros, mas suportou. Ainda houve tempo para o gol de um estreante. Aos 46, o atacante Hernane recebeu passe de Bottinelli na área, girou de esquerda e acertou o canto de Vanderlei: 3 a 1 e alívio de Joel. O técnico, que está na berlinda, não comemorou de novo. Desta vez, no entanto, juntou as mãos na frente do rosto como se fizesse uma oração. Para o Coxa, agora é hora de pensar na Copa do Brasil.

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